Características da bateria de arranque

Posted on: 19 Agosto, 2025, by :

São consumíveis sujeitos a desgaste acelerado.
A sua durabilidade depende muito do uso e manutenção:
andar frequentemente em percursos curtos,
deixar o carro parado longos períodos,
alternador com carga deficiente,
descargas profundas sucessivas (esquecer luzes ligadas, por exemplo),
temperaturas extremas.

Tudo isto pode matar uma bateria rapidamente, mesmo que a garantia seja teoricamente 3 anos.

Garantia legal vs. negligência
Pela lei (DL 84/2021), o vendedor responde pela falta de conformidade.
Mas se a bateria apresentar sinais claros de mau uso/negligência (ex.: sulfatação, placas secas por falta de carga, descarga total repetida),
o vendedor pode recusar a garantia, alegando que o defeito não resulta de falta de conformidade, mas sim de uso incorreto.
Ou seja, a garantia não cobre desgaste ou danos provocados pelo utilizador.

  1. Defeito de fabrico (coberto pela garantia)
    Falha precoce sem causa aparente (ex.: bateria morre em menos de 1 ano em carro usado regularmente).
    Curto-circuito interno numa célula → tensão cai subitamente para 10–11 V mesmo após carga completa.
    Placa partida ou solda interna solta → vibrações normais causam perda de contacto.
    Perda de capacidade anormal sem histórico de descargas profundas.
    Fugas de eletrólito devido a defeito na caixa ou selagem (não por excesso de carga).
    Carga não aceitável → mesmo com carregador adequado a bateria não recupera.
    Nestes casos, considera-se “falta de conformidade” → substituição em garantia.
  2. Mau uso / negligência (não coberto pela garantia)
    Descargas profundas repetidas → deixar luzes ligadas, rádio ou alarmes a drenar a bateria.
    Veículo parado longos períodos sem manutenção → sulfatação das placas.
    Sobrecarga do alternador, carregadores ou sistemas de manutenção de bateria (tensão acima de 14,8 V contínuos) → eletrólito evapora.
    Subcarga constante (alternador defeituoso , tensão fraca ou viagens curtas) → bateria nunca atinge carga completa, sulfata e degrada rapidamente.
    Exposição prolongada a calor extremo (compartimento do motor mal ventilado) → acelera envelhecimento.
    Utilização fora das especificações → montar bateria de menor capacidade do que a recomendada.
    Conexões mal apertadas ou oxidadas → aquecimento e danos internos.
    Nestes casos, a responsabilidade é do cliente → não há direito a substituição gratuita.
  3. Como oficinas e marcas avaliam
    Faz-se um teste de capacidade e resistência interna com equipamento próprio (ex.: Midtronics, Bosch BAT).
    Verifica-se se a bateria mostra sinais de sulfatação, placas secas ou sobrecarga.
    Se for defeito de fabrico, normalmente a bateria é trocada.
    Se for negligência, a garantia é recusada e o cliente paga a nova bateria

Dica prática:
Para aumentar a vida útil de uma bateria de arranque:
Usar o carro regularmente ou manter um carregador de manutenção (trickle charger) se ficar parado.
Verificar se o alternador carrega entre 13,8–14,4 V.
Evitar descargas totais.
Limpar e apertar bem os terminais.